Nanda Godoy
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Nanda Godoy, 36 anos, mulher cisgênero, pele branca, cabelo natural castanho mas está colorido de azul turquesa, comprido e ondulado, olhos castanhos, altura mediana de 1,64m,
possui muitas tatuagens em todo o corpo e piercings.
Natural da cidade fluminense Niterói, nasceu em 1987.
Formada em História pela USP em 2011. Realiza cursos desde 2008 com enfoque em artes plásticas em instituições como MASP, MAM-Rio, EAV Parque Lage, A Casa Fotoarte. Participou de simpósios, conferências, feiras de arte e de exposições coletivas com curadores como: Ana Kiffer [Cadernos do Corpo, CCJF, 2016]; Fernando Cocchiarale [Intersecções Poéticas, 2019], Greice Rosa [Novíssimos, 2019; Paisagens Contemporâneas, CCJF, 2019; Expandida, 2020; Pequenos Formatos, Espaço Cultural Correios, 2021], bem como em exposições com o coletivo Zagut desde 2020. Pesquisadora independente em história e teoria da arte desde a graduação e artista visual desde 2019, realizando trabalhos em diversas mídias.
Seu trabalho artístico se desenvolveu inicialmente
baseado em foto e vídeo, mas logo passou a desdobrar-se em objetos, ready-mades, performance. Desenvolve hoje uma pesquisa que encontra a arte na potência do 'entre' como veículo de ruptura das normatividades e tipicidades, um lugar de brecha/fenda/rachadura que proporciona a sobrevivência (e até o florescimento) daquilo que a tradição ocidental
convencionou chamar de loucura/páthos - tudo aquilo que foge às regras da produtividade capitalista -, através de uma obra ritualística que se autodetermina no lugar de arte e vida. Nesse processo referências fundamentais foram Lygia Clark, Duchamp, Helio Oiticica, Marina Abramovich e Alejandro Jodorowsky, entre muitos artistas alquimistas.
Atua profissionalmente também como fotógrafa e taróloga.
Nanda Godoy
Santos Sudários, 2020-2023
Linho, sangue menstrual, tinta à base de óleo e sangue menstrual.
R$ 3.100,00
Processo ritualístico-terapêutico de manuseio do sangue da menstruação utilizando panos de linho, buscando lidar com o questionamento: afinal, por que temos tanta dificuldade, distanciamento e até nojo de um sangue que escorre tão naturalmente, que não é fruto de nenhuma violência.
Desdobramento em obra: os panos são secos com as manchas do sangue sem qualquer
intervenção proposital; depois recebem novas intervenções, agora com intenção, de frases e palavras feitas com tinta à base do próprio sangue; finalmente são costurados formando uma bandeira de afirmação e provocação - por que se tem nojo do único sangue que não escorre de uma violência?
Nanda Godoy
Qual o sangue do nojo?; 2023
Performance
Roteiro:
1º ato = portando roupa branca suja de sangue menstrual e a bandeira obra forçando o público a ver e interagir com esse sangue que deve ser escondido e silenciado pelas “normas”;
2º ato = “ninguém tem nojo de sangue na hora de…” a frase previamente escrita na parede agora vai ganhar continuação primeiro pela artista e em seguida pelo público que vai ser convidado a elaborar as mil violências e derramamentos de sangue que vivemos, escrevendo todas na
parede;
3º ato: hasteamento da bandeira obra-ritual-performance-afirmação-libertação, que vai
ser pendurada na frente da parede que acabou de ser escrita, propondo uma ruptura e inversão
da normatização, o sangue que devemos exibir com orgulho é aquele que fala da vida e não da
morte.