a Galeria Paralela
Hoje, defrontar-se com as obras no formato“figital”–junção de“físico” com “digital”–tornou-se uma realidade. A Galeria Paralela nasce da oportunidade diante deste restrito cenário da pandemia e segue com muita potência e reverberação. Tal experiência não é necessariamente uma novidade, visto que já a vivemos em parte quando navegamos em sites de museus. Contudo, a Paralela surge como diferencial de existir no mundo digital: o que vemos na tela é a simulação do que seria um registro fotográfico de uma exposição em espaço real. Fazemos a expografia e montagem em modo figital. Criamos a ambiência com planta-baixa e pé direito pré-definidos. A apresentação, todavia, se dá por variadas perspectivas. Uma vez montada a exposição, visamos uma tecnologia de navegação simplificada para não se sobrepor à própria obra exibida: simples e direta.
A curadoria é feita para ELAS, focada em artistas mulheres- ampliando o conceito para todas as formas de ser ELA. Organizamos Encontros Paralelos, onde as artistas se encontram virtualmente e trocamos sobre linguagens plásticas, processos criativos, obras, temáticas e conceitos expositivos. A dinâmica de encontros entre as partes envolvidas gera uma relação construtiva entre galeria, artistas e curador. As artistas ganham ao visualizar seus trabalhos de forma livre no digital: as escalas podem ser alteradas e muitas resolvem investir em outras dimensões nos seus trabalhos. Sendo uma galeria pensada e criada por uma artista, a intenção é minimizar custos, ampliar recursos e promover o pensamento sobre arte contemporânea entre artistas. A Galeria Paralela permite ao visitante reservar a obra; contudo, antes da conclusão da compra, recomendamos a visita ao atelier da artista, conectando-se com a obra fisicamente. A intenção é, mais do que viabilizar a venda da obra e sim aproximar artista, obra e espectador. E assim nos posicionamos, como uma ponte de relações: atuando em diversos formatos paralelos simultaneamente, dos quais emergem novas possibilidades e realizações do campo artístico.
Seguimos com uma pesquisa sobre ELAS que fizeram história da arte, editando episódios-cápsulas sobre artistas que tiveram seus nomes abafados pela história.
As exposições tem a durabilidade de aproximadamente três meses, seguidas de conversas com as artistas, visitas virtuais guiadas nos atelieres, papos com convidados, promovendo maior interação com o público.
Lívia Breves
Física e Digital
Matéria para a Revista ELA do jornal O Globo, Rio de Janeiro
Domingo, 19 de julho de 2020
Lívia Breves
Palavra Feminina
Matéria para a Revista ELA do jornal O Globo, Rio de Janeiro
Domingo, 20 de junho de 2021
propósito
Oferecer um espaço expositivo figital, para que Elas Artistas apresentem suas obras e reflexões sobre arte.
parceria
A Paralela reconhece a importância dos diversos agentes culturais atuantes no mundo artístico em que vivemos.
Contamos especialmente com a colaboração, apoio e generosidade de:
Fabio Szwarcwald
Diretor Executivo do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e colecionador.
Mariana Zonenschein
Advogada e sócia do escritório Asseff Zonenschein Advogados.
Foto: Bispo
artista e idealizadora
Marina Ribas, nasceu em 78 no Rio de Janeiro, cidade onde vive e trabalha. Formada em design na Puc-Rio, seguida de longa trajetória na EAV com a orientação dos reconhecidos João Carlos Goldberg, Iole de Freitas, Fernando Cocchiarale, Anna Bella Geiger, Charles Watson e outros.
A artista desenvolve uma pesquisa no campo da escultura e ocupações espaciais de apoio mútuo. Seja da obra com o espaço arquitetônico, seja entre as próprias partes da escultura. O equilíbrio, a resistência e a capacidade de suportar tensões são particularidades da linguagem do seu trabalho. O mármore, as hastes de metais, a espuma, troncos, materiais nobres e ordinários se contrapõem e revelam novas particularidades da matéria.
Marina fez duas exposições individuais com curadoria de Fábio Szwarcwald, ex presidente da EAV e atual diretor do MAM-Rio, com texto crítico de Ulisses Carrilho, curador da EAV; além de coletivas na Casa Carambola - onde já possuiu atelier e foi artista residente - e na Casa França-Brasil.
Em 2020 participou de duas exposições coletivas: Buraco e O que resta?, ambas pela Galeria Paralela que idealizou.
"Em março de 2020, vi-me diante de um desafio: como apresentar novas obras no curso “Encontros e Reflexões”, da EAV, guiado por Iole de Freitas, que segue em formato online durante a pandemia? Com tal questionamento, criei uma galeria virtual e inseri registros dos meus trabalhos. Senti a necessidade da escala, da ambiência do espaço expositivo: um espaço que, durante a pandemia, tornou-se restrito. Defrontar-se com as obras no formato “figital” – junção de “físico” com “digital” – tornou-se a oportunidade um novo futuro para a Galeria Paralela."
Nathalia Perico, nascida em 1993, é arquiteta graduada em Arquitetura e Urbanismo pela PUC-Rio (2017) e especialista em História da Arte e da Arquitetura no Brasil (PUC-Rio, 2021). Foi bolsista premiada PIBIC (CNPq) pela pesquisa "Jogos Olímpicos e Transformações Urbanas no Rio de Janeiro", coordenada pela profª. Ana Luiza Nobre (2015 - 2017); integrou o coletivo de arquitetos ENTRE (2017 - 2019), através do qual colaborou na pesquisa e publicação de "8 Reações para o Depois" (2019), coordenada por Mariana Meneguetti e Ana Altberg. Também colaborou na publicação "Muros de Ar", do Pavilhão do Brasil na XVI Bienal de Arquitetura de Veneza (2018) e no livro "Espaço de Risco", de Otávio Leonidio (2017).
Atualmente atua como assistente de Marina Ribas em projetos de arte e design, e na Galeria Paralela.
planta-baixa